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#Resenha: Depois Daquela Montanha - Charles Martin

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Depois daquela montanha (The Mountain Between Us)

Autor: Charles Martin

Editora: Arqueiro

Número de páginas: 304

Sinopse: "O Dr. Ben Payne acordou na neve. Flocos sobre os cílios. Vento cortante na pele. Dor aguda nas costelas toda vez que respirava fundo.
Teve flashes do que havia acontecido. Luzes piscavam no painel do avião. Ele estava conversando com o piloto. O piloto. Ataque cardíaco, sem dúvida.
Mas havia uma mulher também – Ashley, ele se lembra. Encontrou-a. Ombro deslocado. Perna quebrada.
Agora eles estão sozinhos, isolados a quase 3.500 metros de altitude, numa extensa área de floresta coberta por quilômetros de neve. Como sair dali e, ainda mais complicado, como tirar Ashley daquele lugar sem agravar seu estado?
À medida que os dias passam, porém, vai ficando claro que, se Ben cuida das feridas físicas de Ashley, é ela quem revigora o coração dele. Cada vez mais um se torna o grande apoio e a maior motivação do outro. E, se há dúvidas de que possam sobreviver, uma certeza eles têm: nada jamais será igual em suas vidas."

Compre: Amazon

Este livro foi cortesia da editora Arqueiro.


Vamos começar dizendo logo de cara que, se a pandemia de Covid-19 causou um impacto emocional muito grande em você ou se você não aguenta mais ver desgraça pra onde quer que olhe, seja na internet ou na TV, talvez deva deixar Depois Daquela Montanha para, bem...depois. Como alguém que ficou muito nervosa com a pandemia e ainda está bastante aflita com a situação que insiste em não ir embora, a leitura foi arrastada, angustiante e triste, seja pela condição de sobrevivência extrema na qual os personagens se encontram, seja pelas descrições detalhadíssimas que o autor fornece nas páginas.
Depois Daquela Montanha parece o enredo típico que pode (e vai) dar errado: dois personagens que não se conhecem, cada um com seus próprios problemas pessoais, concordam em fretar um avião para voar, mesmo quando todos os outros voos foram cancelados por conta de uma tempestade. Mais alguém duvidaria que poderia dar errado?

É assim que Ben e Ashley se encontram no meio de uma área remota depois que este avião faz um pouso forçado, deixando-os à própria sorte. O que me chamou a atenção nesse livro imediatamente foi a narrativa ser em primeira pessoa, afinal, em se tratando de dois personagens distintos, com histórias diferentes e problemas diferentes, era de se esperar que, pelo menos, houvesse ambas as perspectivas, fosse por uma alternância de narrativa entre Ben e Ashley ou simplesmente uma narrativa em terceira pessoa que pudesse sanar nossa curiosidade pelos pensamentos de ambos os personagens. Mas nós temos somente o ponto de vista de Ben o que, para alguns, pode deixar a personagem de Ashley um pouco mal desenvolvida.

E nós mergulhamos junto com eles nos perrengues de se sobreviver a um acidente, no meio do nada, mal se conhecendo, forçando-os não só a trabalharem juntos e rapidamente, como também se darem a chance de refletir sobre os problemas, inseguranças e culpas que os afligem e que, querendo ou não, foram também pretexto para que eles quisessem tanto viajar, mesmo indo contra as condições climáticas.
Foi uma leitura difícil, a todo momento eu queria simplesmente largar o livro. Dramas, suspenses e histórias no estilo "sobrevivi" já não têm sido meu forte há alguns anos. E com um final um pouco previsível, restou apenas a tortura de toda a leitura porque quando realmente estávamos nos encaminhando para a resolução, foi decepcionante o autor não utilizar todo o potencial com o qual ele tinha atormentado seus personagens para encerrar a história à altura.

Com tudo isso dito, fiz uma pesquisa sobre a adaptação para o cinema com Kate Winslet e Idris Elba, dois atores que particularmente adoro ver em ação, mas os comentários foram decepcionantes sobre um filme que deixou muito a desejar em relação ao livro. Em resumo: passarei longe. E, se você estiver em dúvida sobre o que priorizar, lembre-se sempre: por mais ruim que tenha sido a experiência de alguém com um livro (depende muito do que estamos vivendo, dos nossos sentimentos e personalidade), nada supera uma adaptação ruim. Dê sempre preferência ao "roteiro" original.

Nota:


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